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Nos nove meses que precederam a guerra entre Israel e o Hamas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se viu diante de uma onda de protestos maciços contra seu controverso projeto de reforma do Judiciário, despertando uma inquietação popular jamais vista. Então veio o ataque do grupo terrorista ao território israelense em 7 de outubro, dando início ao conflito que já deixou mais de 10 mil mortos no total (sendo 1,4 mil em Israel), e o apoio a Netanyahu, sustentado pelo medo da população, parecia ter ganhado um fôlego momentâneo. Após exatamente um mês desde a invasão, contudo, os 240 reféns sequestrados pelo Hamas continuam desaparecidos e os israelenses têm se sentido cada vez mais desprotegidos e insatisfeitos com seu governante, o qual muitos consideram culpado pela situação atual.

As evidências da grande perda de popularidade de Netanyahu — que sempre se declarou um defensor resoluto dos judeus — mostraram-se claras nos últimos dias. No sábado e no domingo, milhares de familiares e amigos dos raptados pelo Hamas tomaram as ruas de Tel Aviv para protestar contra ações do governo e os esforços insuficientes para garantir que seus entes queridos sejam libertados.

Os protestos se espalharam para cidades como Haifa, Beersheba e Eilat, chegando também a Jerusalém, onde centenas se manifestaram em frente à residência do premier, pedindo sua renúncia e o culpando diretamente pelo fracasso na segurança de Israel, permitindo que o ataque ocorresse.

— Queremos uma votação para nos livrar de Netanyahu. Espero que as manifestações continuem e cresçam — disse Netta Tzin, de 39 anos, à AFP.

Familiares de israelenses feitos de reféns pelo Hamas protestam em Tel Aviv — Foto: AHMAD GHARABLI / AFP
Familiares de israelenses feitos de reféns pelo Hamas protestam em Tel Aviv — Foto: AHMAD GHARABLI / AFP

Popularidade em queda

À frente do governo mais à direita na História de Israel, Netanyahu — que já enfrenta problemas jurídicos e políticos — terá uma tarefa difícil para se manter no poder ao final do conflito, apontam analistas.

Se sua popularidade já não era das melhores antes da guerra (mesmo entre eleitores do Likud, partido liderado por Netanyahu), agora 73% da população não o vê como a pessoa certa para governar Israel, mostrou a sondagem do Instituto de Pesquisa Lazar, publicada na sexta-feira.

Uma outra pesquisa, esta do Canal 13 de Israel, divulgada no sábado, revelou que 76% dos entrevistados acreditam que Netanyahu deveria renunciar, e 64% apoiam a realização de eleições imediatamente após a guerra.

— O apoio a Netanyahu e sua coalizão estava acabando mesmo antes de 7 de outubro e, desde o início da guerra, caiu ainda mais — disse o professor de Política, Toby Greene, da Universidade Bar-Ilan de Israel, à AFP. — Se uma eleição fosse celebrada agora, ele perderia feio.

A maior parte da frustração atual do público com Netanyahu se deve, sobretudo, à sua recusa em pedir desculpas pelo fracasso de Israel em prever ou impedir o ataque. Na sondagem do Canal 13, 80% dos israelenses desejam que ele assuma a responsabilidade pelas falhas de inteligência e segurança (reconhecidas pelas agências militares de Israel, mas não por ele) que antecederam a invasão.

— Ele está preocupado que isso se torne uma frase de efeito que seria repetida até enjoar e prejudicaria as suas perspectivas de permanecer no poder — disse o analista político e ex-conselheiro do premier, Aviv Bushinsky, citado pelo jornal Financial Times.

Já havia indícios da insatisfação popular com Netanyahu após uma postagem polêmica que ele fez no final de outubro no X (antigo Twitter), na qual afirmava que os chefes militares e de segurança de Israel não o haviam alertado sobre o ataque. O post gerou uma reação furiosa de muitos israelenses e de membros do recém-formado Gabinete de Guerra, levando o ex-ministro da Defesa e líder da aliança de oposição, Benny Gantz, a pedir retratação. Netanyahu excluiu a postagem e se desculpou dizendo: "Eu estava errado".

Rachas internos

Uma reportagem do jornal britânico The Guardian afirmou que membros do Likud sugeriram, em anonimato, que os dias de Netanyahu (que governou Israel durante quase 16 dos últimos 27 anos) no cargo já estão contados. Além disso, a Casa Branca negou boatos de que o presidente Joe Biden teria expressado a mesma opinião durante sua recente visita a Israel, uma crítica contundente à liderança de Netanyahu por parte do aliado mais próximo de Israel.

Netanyahu foi o primeiro premier a ser julgado por corrupção enquanto ocupava o posto, retornando um ano e quatro meses após ser deposto por uma coalizão heterogênea.

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